| Valores  Morais e Educação | 
|   Marly Melo De Luca  (*) 
 Essas questões  sempre afligiam o homem, através dos tempos.  Se tomarmos por  base a axiologia dos valores e a História da Filosofia veremos que tais  perguntas tem tido respostas diferentes de acordo com várias correntes.   Se pensarmos em  termos de Idealismo, teremos o Homem sempre, através do aprimoramento de seus  conhecimentos, buscando uma postura ideal.  E, nesse caso, o valor existe em si  mesmo; o homem luta para atingí-lo. Se transferirmos isso para a Educação, o  professor seria o conhecedor dos valores morais; ele saberia o que estava certo  ou errado e seu discípulo aprenderia com ele, seguiria a sua trilha, na ânsia de  atingir a perfeição.  Se no entanto,  procurarmos responder a tal questão de forma subjetivista, pragmatista, o valor  moral reside no próprio homem.  As coisas que nos rodeiam são percebidas em  função do valor que o homem lhes atribui.  Assim sendo, a  Educação seria o veículo capaz de fazer brotar no Homem, sua capacidade de  valoração.  O professor seria apenas o orientador dos princípios que o aluno  adotaria como seus valores morais, de acordo com seu sentir.   Numa terceira  posição relativista e até certo ponto mais cômodos a relação Homem x Valor moral  existe através das circunstâncias.  Conforme o que a Sociedade necessita,  psicologicamente, politicamente, economicamente, estará então o homem atribuindo  mais ou menos valor moral a isso ou aquilo, por exemplo: casamento, bigamia,  prostituição, educação, solidariedade...  Atualmente, a  Educação se debate entre várias correntes.  São muitas as posturas, dependendo  da ideologia vigente.  O mais difícil de se conseguir, no entanto, é o senso  comum.  Leis são redigidas, postas em prática mas, nem sempre, verdadeiramente  vivenciadas.  O professor tradicional vê-se apontado pelos modernistas, como se  todos os seus valores não tivessem qualquer valor.  Reagem, então, e atacam os  progressistas, acusando-os de permissivos.  E nesse duelo, o aluno fica sem  entender muita coisa, principalmente porque a família também delegou muitas de  suas atribuições a escola que , dia a dia, perdida no peso de seus encargos,  está deixando escapar o valor dos valores morais mais perenes, com a desculpa de  que eles não podem ser tão perenes assim porque devem-se adequar às  necessidades.  Nesse contexto,  qual seria então o papel da Educação, do educador e do educando?   Felix Cayela e  Cayela, meu professor de Filosofia que há muito se foi, para filosofar em outra  dimensão, afirmava (na década de 80) que:  “O educador é  um ser que pensa.                                                                          Felix Cayela  
 Mas, em tudo  isso, existe uma questão fundamental: quantas vezes o mestre se comporta como  mestre; quantas vezes o aluno se mostra como aluno? Quantas vezes, ainda, nos  conscientizamos de que Educação deve ser um verbo reflexivo, também.   Examinando as  várias teorias filosóficas, conclui-se que, em qualquer tempo, lugar ou  situação, só é mestre aquele que comunica ao educando a sua experiência; aquele  que pensa e reflete junto com seu aluno; aquele que não vê só seu papel apenas  como transmissor de conteúdos e valores mas o que é capaz de despertar, no seu  aluno, o poder de reagir e refletir; aquele que é capaz de ver o “educando como  um ser com direito de pensar” e de buscar sua autonomia no resgate da cidadania.   Ressignificar a  prática docente, atribuindo ao professor o papel de mediador contribuirá,  certamente, para que essas premissas se tornem cada vez mais próximas da  realidade e que os valores morais e a Educação sejam uma constante na construção  plena do cidadão.   (*)  Marly Melo De Luca é carioca, mestre em Educação pela UFRJ, com experiência em  Administração na Educação Infantil, Fundamental, Média e Superior, em  Orientação retirado de: http://www.ipae.com.br/pub/pt/re/ae/95/materia6.htm    | 
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